Voltar ao topo

MUITO ALÉM DA SALA DE AULA

IFS utiliza maciçamente tecnologias educacionais e mostra que é possível ensinar e aprender de diferentes maneiras, em todo lugar e a qualquer tempo...

Quadro negro, giz, cadernos, papéis e mais papéis. Esse era o cenário comum de uma sala de aula. Ainda é, em muitos lugares. Mas, em outros, a educação vai além do tradicional e lança mão de tecnologias para enriquecer e otimizar o processo de ensino-aprendizagem.

Os diversos recursos tecnológicos disponíveis
em nossos dias têm sido amplamente utilizados por profissionais da educação e vem surtindo um efeito muito positivo.

 

Entre as vantagens oriundas da utilização de tecnologias educacionais estão a possibilidade
de ampliação da interação dos alunos, de forma
a tornar a construção do processo de ensino-aprendizagem cada vez mais coletiva, participativa; a otimização da gestão do tempo pelo professor dentro e fora da sala de aula;

o estreitamento do relacionamento professor-aluno; e, principalmente, a potencialização do aprendizado dos estudantes.

 

gif seta

 

Fernando Oliveira: Aplicativos de empresas como Microsoft, Google e IBM auxiliam alunos e professores em sala de aula

Muito se discute atualmente sobre a educação 3.0, um conceito que envolve a ideia de que é preciso que os processos educacionais acompanhem as transformações por que passa a sociedade. O que tem sido combatido é o ‘uso pelo uso’ da tecnologia, pois a utilização de novos recursos deve sempre ter como finalidade principal a melhoria da aprendizagem do aluno.

 

Nesse contexto, é importante ter em mente a necessidade de manter um ensino híbrido, que combine as metodologias tradicionais de ensino com o uso da tecnologia, sempre conciliando os recursos tecnológicos com as aulas presenciais convencionais. No IFS, diversos professores estão desenvolvendo metodologias inovadoras que fazem uso de recursos tecnológicos, buscando se aproximar da realidade atual dos alunos e tornar mais dinâmico o processo de aprendizagem.

 

O nosso mundo atual é muito acelerado, mais dinâmico [...]

se na educação não utilizarmos ferramentas que acompanhem esse contexto, a gente acaba ficando para trás

"

"

 Professor Ricardo Rabelo

Segundo Ricardo Rabelo, professor dos cursos de Informática no IFS, a tecnologia vem trazendo muitos benefícios, especialmente no cenário atual. “O nosso mundo atual é muito acelerado, mais dinâmico, o processo de comunicação hoje é muito mais rápido que antes, então se na educação não utilizarmos ferramentas que acompanhem esse contexto, a gente acaba ficando para trás. Minha ideia é utilizar a tecnologia naquilo que ela pode ser benéfica, e não nos tornarmos dependentes dela”, afirma.

 

Partilha da mesma opinião o professor Almerindo Rehem Neto, que mantém com alunos do Campus Lagarto um projeto de pesquisa voltado para o uso da realidade virtual em algumas atividades, entre elas a educacional. “As tecnologias educacionais oferecem ao professor a oportunidade de trazer para dentro da escola um ambiente mais lúdico, de imersão, que possibilita que os alunos otimizem bastante o aprendizado, tendo maior vontade de aprender e estar em sala de aula, haja visto que essa geração está bem conectada, joga bastante, então não adianta a gente pensar em dar aulas somente com giz e quadro”, defende.

 

RECURSOS TECNOLÓGICOS

Cada vez mais, os docentes do IFS vêm utilizando de maneira maciça as tecnologias educacionais disponíveis no mercado. Entre os recursos já empregados nas salas de aula da instituição atualmente estão os aplicativos como o Google Classroom, o Slack e o Hangouts, o Socrative e o Geogebra; interfaces de programação como Super LOGO e Visualg; e recursos de game.

 

Um dos principais propagadores do Classroom é o professor Ricardo Rabelo, que atua nos cursos de Informática do Campus Aracaju. “O Google Classroom tem um conceito muito interessante. Com ele, é possível delegar atividades, controlando data de entrega, obrigatoriedade de conteúdo, anexando outros recursos, como vídeos, arquivos extra de estudo, novas bibliografias, links de pesquisa, assim evito que o aluno fique anotando isso na sala de aula, gastando o tempo que poderia

ser gasto com uma explicação, maximizando o momento presencial”, afirma.

Aluna do IFS utilizando recursos de Realidade Virtual

Segundo o docente, a aceitação desse recurso tecnológico entre os estudantes vem sendo bastante positiva. “No início, os alunos estranharam, tiveram um certo receio, por esse ser um modelo diferente, então busquei criar um contexto mais divertido, menos obrigatório, e mostrar o real ganho dessa ferramenta. Hoje, o retorno que tenho é que o Classroom vem agradando muito, essa utilização vem funcionando muito bem. Nos últimos dois anos venho utilizando mais fortemente as ferramentas de tecnologia dentro do IFS e tenho notado que os resultados das minhas aulas têm sido muito melhores. Nossa ideia é trazer essas tecnologias para dentro do instituto; a gente vem fazendo isso e esse movimento está surtindo um efeito muito positivo”, conta Ricardo.

 

Já o professor de Matemática Danilo Lemos, coordenador do projeto Materiais Interativos Digitais para Ensinar e Aprender Matemática (Mideam), utiliza aplicações como o Geogebra e o App Inventor, interfaces de programação como Super LOGO ou Visualg, além de discutir o uso de games e atividades gamificadas no ensino. “Quando criamos o Mideam, há quatro anos, começamos com um projeto para capacitar professores da rede para utilizarem as tecnologias. Há dois anos, estamos produzindo também materiais interativos, usando o App Inventor, por exemplo, tanto para ensinar professores a criar novos projetos quanto para produzir os nossos próprios aplicativos. O último projeto que desenvolvemos, por exemplo, foram três histórias interativas que podem ser utilizadas para a alfabetização matemática”, declara.

APPS EDUCACIONAIS PARA CELULAR PRODUZIDOS PELO IFS

Pixel, o ponto solitário na tela

 

Relata a história de um ponto chamado Pixel que, em conjunto com outros, forma vários tipos de desenhos em uma malha quadriculada. Esse possui recurso de audiodescrição.

O caminho de Tati, a tartaruga digital

 

Apresenta a história de uma tartaruga que sai para passear

e se depara com um labirinto,

o qual ela deve percorrer para encontrar sua comida. Inspirado no ícone da linguagem LOGO,

um cursor no formado de tartaruga que recebe comandos de movimentação para fazer construções geométricas a partir do caminho riscado na tela.

Autie, o calculista

 

Conta a história Autie, um menino autista que vai visitar o zoológico e se depara com situações de contagem de 1 a 10.

FÍSICA NO YOUTUBE

Outro exemplo de inovação através do uso de novas tecnologias é o professor Antônio José, que leciona Física no Campus São Cristóvão. Ele possui um canal no Youtube, no qual ele publica vídeos curtos sobre assuntos ligados à física e à matemática, além de criar documentários sobre o assunto. Nessas produções - a mais famosa delas é o ‘O Julgamento de Galileu’, que conta a vida do astrônomo e filósofo italiano Galileu Galilei - quem entra em cena são os próprios alunos.

 

O professor conta que a ideia de produzir os vídeos surgiu da dificuldade dos seus alunos em aprender Física. “Eu percebi que, fazendo revisões, através de conteúdos gravados, eles poderiam rever esse conteúdo em casa. Eu não tinha nenhum conhecimento nessa área, fui procurar aprender como fazer e gostei da experiência. Eu não fiz curso nenhum para produzir os vídeos, então no início usei o software de edição mais simples, o Movie Maker, e também descobri que o Power Point também possui esse recurso. Aos poucos, comecei a buscar softwares mais modernos, para produzir vídeos cada vez melhores”, relata.

 

Foi aí que, conforme declara Antônio, ele decidiu criar um canal no Youtube para publicar os vídeos. “Esse conteúdo foi muito bem aceito pelos meus alunos, mas também por outras pessoas, tanto que hoje o canal tem cerca de 3 mil inscritos e mais de 260 mil visualizações. Os alunos receberam a ideia com muita satisfação, muita alegria, isso eu percebo a partir dos comentários que eles postam nos vídeos. Eles ficam muito satisfeitos quando eu insiro um novo conteúdo, interagem, perguntam, aprendem com mais facilidade”, garante o docente.

 

ASSISTA AO TRAILER DO FILME

"O JULGAMENTO DE GALILEU"

PARCERIAS EDUCACIONAIS NO IFS

Com o intuito de estimular a utilização de tecnologias educacionais no IFS, estão sendo firmadas importantes parcerias com diversas empresas. Atualmente, já são 23 convênios com instituições como Google, Microsoft, IBM, Amazon e Autodesk. “Com as parcerias firmadas pelo IFS na área de TI, 23 no total, pretendemos ampliar o consumo de cursos de atualização oferecidos gratuitamente a alunos e professores; incentivar a certificação para esse público; e garantir o acesso irrestrito aos softwares mais modernos para uso acadêmico”, destaca Fernando Lucas de Oliveira, diretor de Tecnologia da Informação do IFS.

 

Através dessas parcerias, a comunidade acadêmica tem acesso aos softwares mais modernos do mercado, que impulsionam a modernização das práticas metodológicas em sala de aula. Após o estabelecimento de parcerias, são realizadas atividades de capacitação para que os servidores do IFS conheçam as tecnologias mais recentes. “Além de disponibilizar cursos e softwares, é fundamental capacitar que professores e técnicos administrativos, a fim de que eles saibam utilizar esses recursos em sala de aula e em seus processos administrativos”, diz o diretor de TI.

 

Para instituições de ensino que buscam se destacar pela inovação e utilização das mais modernas metodologias educacionais, é fundamental a aposta no uso de ferramentas tecnológicas. Entretanto, é ainda mais importante cuidar para que a tecnologia não se torne um fim em si mesma, analisando as melhores formas de empregá-la, a fim de que ela possa trazer benefícios para toda a comunidade acadêmica.

 

O professor Ricardo Rabelo afirma ser a favor da tecnologia, desde que ela não nos comande. “Ela é apenas mais uma ferramenta, é mais um apagador, mais um quadro que o professor pode utilizar. Eu mantenho minha aula tradicional, um momento presencial, com apagador e giz; e utilizo a tecnologia nos momentos em que eu não posso estar presente, de forma que o aluno possa contar comigo virtualmente também. Minha ideia é utilizar a tecnologia naquilo que ela pode ser benéfica, e não ficarmos dependentes dela”, defende.

 

Também buscando não ser tão radical quanto ao uso da tecnologia, o professor Danilo não acredita que todas as experiências educativas precisam necessariamente utilizar a tecnologia. “A gente apresenta um leque de opções de metodologias para o aluno da licenciatura, que é um futuro professor, justamente para ele entender que todas elas podem conviver. É claro que há atividades que praticamente só são viáveis com o uso de computador, como as de simulação, por exemplo. O computador e os recursos tecnológicos vão servir em alguns contextos; em outros, pode ser interessante que o professor se mantenha com a lousa e o pincel que isso não vai acarretar em perda de desempenho só porque ele não está utilizando tecnologia digital”, assinala.

O professor Ricardo Rabelo explica que o estabelecimento de parcerias é importante para todas as instituições envolvidas. “Esse tipo de convênio é interessante para o fabricante, que tem sua ferramenta inserida numa instituição de ensino, então ela pode ser sugestionada pelo aluno no mercado; e também para o aluno, que vive uma realidade de mercado antes de entrar no mercado. Saem ganhando a instituição de ensino, que consegue promover a competência; o aluno, que recebe essa competência já adequada e atualizada; e os fornecedores, por estarem dentro da academia. Esse laço, que é cada vez mais robusto, torna o processo de profissionalização bem melhor”, destaca.

 

NÃO À TECNOLOGIA

PELA TECNOLOGIA

A VISÃO DOS ALUNOS

coordenação

Geraldo bittencourt

 

Reportagem

NAJARA LIMA

ilustração

diego feitosa

 

Audiovisual

fernando santana

design alex palmeira thiago estácio

colaboração

andréa chagas

Bruno Cunha

demosténes vaRjão

MÔNICA OLIVEIRA

STEPHANIE MATOS