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ISOLAMENTO SOCIAL

Confira como aproveitar o tempo livre e reduzir o estresse

Criado: Quarta, 06 de Mai de 2020, 19h31 | Publicado: Quarta, 06 de Mai de 2020, 19h31 | Última atualização em Segunda, 11 de Mai de 2020, 10h53

Especialistas fazem um alerta quanto ao uso excessivo do celular e sugerem atividades que estimulem a criatividade e a abstração

Por César de Oliveira e
Carole Ferreira da Cruz

Ano passado o professor Christtianno deu um minicurso sobre técnicas de respiração no Campus ItabaianaCom a necessidade de isolamento social devido à pandemia causada pelo novo coronavírus, as pessoas estão tendo a seu dispor algo que sempre pareceu escasso: tempo. Assim, tem sido comum preencher a passagem das horas com conteúdos da internet, como séries, filmes e as famosas lives. Contudo, estudos mostram que a exposição excessiva a dispositivos eletrônicos, a exemplo dos celulares, pode acarretar danos à saúde. É aí que surge uma pergunta crucial para muitos jovens: com tanto tempo livre, como dosar esse uso e o que fazer para diminuir o estresse provocado pelo confinamento?

Especialistas afirmam que a organização da rotina e o esforço consciente para buscar outras formas de distração são passos fundamentais. Na verdade, o isolamento é uma boa oportunidade para cada um pensar sobre si mesmo, tirar da gaveta projetos antigos e descobrir ou aprimorar afinidades. “O uso exagerado do celular pode levar a distúrbios do sono, ansiedade e até depressão. Nos jovens, em especial, essa exposição prolongada está relacionada à perda do foco. Paradoxalmente, tudo aquilo que não gera ansiedade passa a não atrair a atenção deles”, explica o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Grupo de Dependência Tecnológica da Universidade de São Paulo (USP).

Nesse sentido, hábitos que estimulem a abstração ou a criatividade podem se tornar grandes aliados. De antigos a gostos novos, o mais importante é dinamizar a rotina com modos alternativos de entretenimento e ocupação, mesmo porque os compromissos do estudo remoto já exigem um trabalho cotidiano diante das telas do computador ou celular.

Ano passado o professor Christtianno deu um minicurso sobre técnicas de respiração no Campus Itabaiana 2Autoconhecimento

A meditação é um desses caminhos de busca por relaxamento e conexão consigo mesmo, até porque o cenário de incertezas que a humanidade está vivendo também é um gatilho para o surgimento de transtornos psíquicos. O professor Christtianno Rollemberg, do IFS - Campus Itabaiana, é um dos incentivadores da prática. Há dez anos fazendo uso dessa técnica, ele fala que no início é normal sentir dificuldade, pois o praticante fica na expectativa dos “resultados”, que demoram a aparecer justamente pela tensão da espera.

Quando isso acontece, alerta o professor, não há outra opção senão persistir. “Meditação também é uma atividade que requer dedicação. Eu costumo falar que ela é como musculação. De início, você não verá resultado, mas com o passar dos dias, as coisas vão melhorando”, explicou o docente, acrescentando: “O ideal é começar com pouco tempo – 5 minutos, por exemplo – e ir aumentando aos poucos”.

Embora o uso excessivo de smartphones seja nocivo, Christtianno comenta que aplicativos de meditação guiada têm aproximado a população em geral da prática, inclusive neste momento da pandemia da Covid-19. É o caso da ex-aluna Ysabelle Cardoso, que foi apresentada à meditação no ano passado pelo professor e inicialmente baixou um aplicativo para auxiliá-la.

Ysabelle concluiu em dezembro o curso técnico integrado em Agronegócio e conta que levou a prática meditativa para a sua vida. “O cotidiano das aulas era estressante porque passávamos o dia todo na escola, e isso acabava se somando a fatores externos. Com a meditação, aprendi a controlar a respiração e a domar minhas emoções, por isso pratico até hoje”, destacou.

Para Reinan o turno da noite é o mais produtivoArtes

A dedicação a atividades artísticas é outra maneira de ocupar o tempo vago proporcionado pelo isolamento. A experiência de criação movimenta habilidades cognitivas diferentes do ensino convencional, amplia a percepção de mundo e faz com que o indivíduo extravase, de um modo particular, suas subjetividades. Para Reinan Fontes, aluno do Campus Lagarto que se dedica ao desenho, o processo criativo é uma espécie de “vômito de ideias na forma de tinta preta sobre o papel branco”.

O estudante relata que tem aproveitado esse período em casa para aprimorar técnicas que já conhecia e testar outras novas, já que, durante as aulas, a rotina de estudos faz com que ele só consiga desenhar aos finais de semana. “Além de focar no acabamento dos desenhos, consegui concluir minha primeira história em quadrinhos e também tenho me aventurado no universo da pintura e da escultura. Eu já tinha comprado o material para essas duas últimas formas de expressão, mas ainda não tinha colocado a mão na massa por falta de tempo”, comenta o jovem artista plástico, que começou a desenhar por volta dos 11 anos inspirado em mangás.

Quem também está aproveitando o tempo livre para aprimorar os dotes artísticos é Reidison Tononé, estudante do Campus Propriá. Além de desenhar, Reidison confecciona colares e pulseiras artesanais, habilidade que aprendeu na aldeia indígena onde mora. Ele conta que se dedica ao artesanato por lazer, mas vende algumas peças quando surgem pessoas interessadas. “Ao fazer os trabalhos manuais, exercito o corpo e a mente ao mesmo tempo. Dá uma sensação Um dos desenhos feitos por Reinan nesse período de isolamento socialprazerosa produzir arte com as próprias mãos, arte que se utiliza no corpo como adereço, arte que leva consigo uma história”, contou o discente, que pertence à comunidade dos Kariri-xocó.

A servidora Bárbara Bauler, do Campus Estância, descobriu na produção de peças decorativas e utensílios domésticos o caminho para superar o confinamento. Entre suas criações estão sofá, mesa e suporte de plantas feitos de pallet, vasinhos e pesos de porta de cimento, prateleira para livros e até uma penteadeira a base de madeira pinus. “Durante a quarentena o artesanato está me ajudando muito, porque ajuda a passar o tempo, desestressa, relaxa e ainda está deixando a casa mais bonita. No momento estou me dedicando ao macramê, uma técnica de tecelagem manual que distrai a mente e acalma o espírito nesse período. Enfim, com a internet, tempo, um pouco de paciência e habilidade mínima as possibilidades são infinitas”, ensinou.

 

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