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TECNOLOGIA SOCIAL

Projeto facilita aprendizado de matemática em uma das cidades com menor IDH de Sergipe

Escrito por GERALDO BULHOES BITTENCOURT FILHO | Criado: Quarta, 30 de Novembro de 2016, 17h46 | Publicado: Quarta, 30 de Novembro de 2016, 17h46 | Última atualização em Quinta, 01 de Dezembro de 2016, 14h18

Alunos desenvolvem o raciocínio lógico com auxílio de linguagens de programação

principalDe acordo com dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), o Brasil ocupa a 38º colocação, entre os 44 países participantes, na pesquisa que mede o desenvolvimento de competências ligadas ao raciocínio lógico-matemático. O resultado evidencia a dificuldade que os estudantes brasileiros possuem no domínio dos conteúdos vinculados ao raciocínio dedutivo e em resolver problemas lógicos aplicados à vida real. Uma das alternativas utilizadas pelos países que encabeçam a lista é a de introduzir conteúdos como linguagem de programação para facilitar o aprendizado. Esse recurso pedagógico está sendo aplicado atualmente pelo Instituto Federal de Sergipe (IFS) em escolas de Santa Luzia do Itanhy, um dos municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado.

A ideia de aprimoramento do ensino matemático compõe um projeto que é executado pelo Instituto de Pesquisa, Tecnologia e Inovação (IPTI) e obteve apoio da Pró-reitoria de Pesquisa e Extensão (Propex) do IFS. O desenvolvimento dos estudantes através da computação possui como alvo a construção de uma tecnologia social com a qual será possível incentivar a inclusão e estimular o potencial e a criatividade dos participantes – através dessa técnica já foram concebidas importantes soluções para melhoria da sociedade, como o soro caseiro e as cisternas de placas pré-moldadas. As escolas mais estruturadas da rede privada já utilizam a programação como auxílio para o desenvolvimento lógico dos seus estudantes – essas oportunidades, porém, ainda estão indisponíveis para a maioria dos alunos do sistema educacional público.

O autor do projeto é Thiers Garretti Ramos Sousa, professor de disciplinas ligadas à área de computação do Campus Lagarto. Ele explica que o objetivo da iniciativa é disseminar a experiência educativa com a qualificação de um grupo de estudantes de Santa Luzia do Itanhy. “Isso vai permitir que eles assimilem o conteúdo e a idéia do projeto e passem a atuar como multiplicadores”, aponta Garretti, dizendo ainda que a perspectiva é a de que os alunos também possam trabalhar na área de programação através do desenvolvimento de aplicações úteis para o dia-a-dia da comunidade. Além de treinar os jovens, o projeto permite ainda que sejam criadas oportunidades qualificadas de trabalho e renda.

Dinâmica

foto3Através do projeto apoiado pelo IFS, os alunos do 5º ao 9º ano do ensino fundamental do município estão sendo estimulados a resolver problemas do cotidiano por meio de programas de computador. O assunto é transmitido por módulos progressivos que iniciam com a programação básica e chegam até os conhecimentos mais avançados na temática. No decorrer do curso, os professores identificam possíveis talentos que possam transmitir para outras pessoas as novas tecnologias computacionais e reaplicar o projeto. “Hoje nós já possuímos três turmas e já conseguimos levar o projeto para quatro escolas, três da rede municipal e uma da estadual. Os alunos da primeira turma são os professores da segunda e da terceira”, diz Garretti, revelando ainda que já foi possível observar melhoras no rendimento dos estudantes nas disciplinas de física e matemática.

A evolução das tecnologias digitais proporcionou um expressivo aumento no fluxo de dados na sociedade contemporânea e deu acesso a uma gama considerável de informações que auxiliam de forma ampla a aquisição do conhecimento. O projeto educativo apoiado pelo IFS vislumbra o aperfeiçoamento do processo ensino-aprendizagem não apenas em Santa Luzia do Itanhy, mas também em outros municípios. “Ao contrário das convencionais, a tecnologia social possibilita que as pessoas de baixo poder econômico as utilize, não promove a segmentação e incentiva o potencial dos participantes”, explica Garretti. A proposta é a de que seja criado um círculo vicioso que tenha os estudantes como protagonistas - e sirva, também, como exemplo de transformação social e de referência qualitativa no ensino de matemática em escolas públicas.

 

Assista ao vídeo do projeto

CLOC from IPTI on Vimeo.

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