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Estudo pioneiro resulta em avanços no campo da medicina regenerativa

Criado: Quinta, 27 de Fevereiro de 2025, 13h45 | Publicado: Quinta, 27 de Fevereiro de 2025, 13h45 | Última atualização em Sexta, 07 de Março de 2025, 21h11

Pesquisa coordenada por professor do IFS releva como otimizar protocolos de tratamento com a luz vermelha

Por Carole Ferreira da Cruz

Terapialuzvermelha4Estudo pioneiro da Física Médica resulta em avanços significativos no campo da medicina regenerativa e no desenvolvimento de terapias baseadas na fotobiomodulação, conhecida como luz vermelha. A pesquisa, coordenada pelo professor do Instituto Federal de Sergipe (IFS) – Campus Estância, Marcelo Victor Pires de Sousa, acaba de ser publicada na renomada revista científica Small, especializada em nanociência, nanotecnologia e considerada fator de impacto 13.  

Marcelo SousaApós desenvolver a tecnologia fotocêuticos durante o doutorado na USP/Harvard para combater dores e inflamações musculoesqueléticas, articulares e de tendões e para tratar diversas doenças, Marcelo de Sousa segue estudando tratamentos baseados na emissão de luz infravermelha com a parceria de uma equipe multidisciplinar de pesquisadores do IFS, Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade de Fortaleza e outras instituições brasileiras.

A fase atual do estudo revelou novos insights sobre como a absorção de luz vermelha afeta as propriedades biomecânicas e proteômicas de diferentes tipos de células. Os pesquisadores combinam técnicas avançadas de microscopia de força atômica e análise proteômica para explorar os efeitos da fotobiomodulação em células da pele, tecido conjuntivo e osso. Desse modo, é possível otimizar protocolos de tratamento para condições como cicatrização de feridas, regeneração óssea e até mesmo doenças neurodegenerativas.

Terapias mais eficazes

TerapialuzvermelhacapaA fotobiomodulação tem sido amplamente estudada por seu potencial no tratamento de diversas condições médicas, desde dor crônica até regeneração tecidual. No entanto, os mecanismos celulares subjacentes a esses efeitos ainda não são totalmente compreendidos. A etapa atual da pesquisa avança nessa direção ao demonstrar como a luz vermelha modula a elasticidade e a fluidez celular por meio da remodelação do citoesqueleto, com implicações importantes para o desenvolvimento de terapias mais eficazes.

A publicação numa revista de reconhecimento internacional coloca o IFS no mapa global da pesquisa científica e tecnológica, além de destacar o papel das instituições públicas brasileiras no avanço da ciência. "O estudo não só reforça a importância da pesquisa em fotobiomodulação, mas também evidencia IFS e o estado de Sergipe no cenário científico internacional. É um orgulho para nossa instituição contribuir com descobertas que podem impactar positivamente a saúde e o bem-estar das pessoas", afirmou Marcelo de Sousa.

Terapialuzvermelha3O estudo utilizou equipamentos de fotobiomodulação desenvolvidos pela startup Bright Photomedicine, fundada pelo professor. Essa tecnologia foi fundamental para garantir a precisão e a eficácia dos experimentos, de modo a permitir que os pesquisadores controlassem com exatidão a intensidade e a duração da luz vermelha aplicada às células. “A tecnologia que desenvolvemos permitiu explorar de forma inédita como a luz vermelha influencia as propriedades mecânicas das células, abrindo caminho para novas aplicações terapêuticas", destacou.

A fase atual da pesquisa sobre a fotobiomodulação com luz vermelha tem revelado que o tratamento é capaz de alter o funcionamento celular e a produção de várias substâncias - muitas delas com potencial terapêutico -, além de modificar as propriedades morfológicas das células. Esse tipo de conhecimento aprofundado permite melhores tratamentos, terapias mais personalizadas e o direcionamento para novos protocolos terapêuticos.

Próximos passos

Os pesquisadores planejam expandir o estudo para investigar os efeitos da luz vermelha em outros tipos de células e tecidos, além de explorar como diferentes comprimentos de onda e intensidades de luz podem ser utilizados para modular respostas celulares específicas. Essas descobertas têm impacto direto na qualidade de vida das pessoas e permitem criar tratamentos mais eficientes, seguros e personalizados.  

Terapialuzvermelha5“Muitos pacientes não obtem melhora com tratamentos convencionais como farmacológico, fisioterapia e até cirurgias. Outro problema são os efeitos colaterais. Os tratamentos com fotobiomodulação não são invasivos e não têm efeito colateral. Por isso, os pacientes aderem bastante ao tratamento e conseguem ótimos resultados”, explicou o professor Marcelo de Sousa.

Principais descobertas 

O estudo investigou três tipos de células: queratinócitos (HACAT), fibroblastos (L929) e osteoblastos (OFCOLII), que foram expostas a diferentes intensidades e durações de luz vermelha. Os resultados mostraram que: 

1. Fibroblastos: exibiram aumento na fluidez e redução na rigidez, além de maior motilidade, sugerindo que essas células se tornam mais móveis e flexíveis após a exposição à luz vermelha. Isso pode ser crucial para processos de cicatrização e regeneração tecidual.

2. Queratinócitos: apresentaram respostas dependentes da intensidade da luz, com aumento na rigidez em certas condições, o que pode estar relacionado à sua função de barreira protetora na pele.

3. Osteoblastos: mostraram pouca sensibilidade à luz vermelha, mantendo suas propriedades biomecânicas praticamente inalteradas, o que reflete sua função especializada na formação óssea.

Sobre a publicação

O estudo publicado na revista Small, intitulado "Biomechanical Insights into the Proteomic Profiling of Cells in Response to Red Light Absorption", foi financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), CAPES, FUNCAP e Fundação Edson Queiroz.

 

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