Feira Científica promove imersão no mundo do conhecimento
V FEICE contou com 33 trabalhos, 10 competições, 21 avaliadores e 62 equipes de foguetes
Por Carole Ferreira da Cruz
Os estudantes fizeram uma imersão no mundo do conhecimento durante a V Feira de Integração Científica (FEICE) do Instituto Federal de Sergipe (IFS) - Campus Estância, que engloba a III Semana dos Técnicos, a III Semana de Engenharia - Engeweek e as competições de foguetes, robôs, concreto, topografia, arquitetura, elétrica e muito mais. Centenas de visitantes puderam comprovar o impacto da produção acadêmica na sociedade em três dias dedicados à ciência, à arte e ao saber.
Os números da FEICE impressionam: 33 trabalhos apresentados, entre bancada, salas temáticas, exposições e palco; 10 competições; 62 equipes e 213 participantes do lançamento de foguetes; 21 avaliadores; 123 medalhas; 40 pessoas envolvidas na organização; e seis meses de dedicação intensa, que envolveu elaboração de projetos, reuniões, planejamento, preparação dos alunos, articulação, divulgação e uma imensa mobilização para fazer tudo acontecer.
Os trabalhos foram divididos pelas áreas de conhecimento Ciências Biológicas, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Engenharias, Linguística, Letras e Artes. Marcaram essa jornada de aprendizado, conexão, inovação e criatividade experimentos, soluções e inovações usando reportórios diversos da automação, robótica, inteligência artificial e programação, sempre aliados a uma perspetiva sustentável, inclusiva e artística.
A FEICE começou com no dia 17 de novembro com o projeto Fogueteando, que incluiu a tradicional competição de foguetes na área externa do campus e a exibição de estações de Física, Química e Engenharia Aeroespacial para mostrar o contexto histórico da corrida espacial. Em paralelo, ocorreu o disputado Futebol de Robôs, que contou com uma torcida vibrante e engajada concentrada no auditório .
Os trabalhos foram abertos no dia 18 de novembro pela diretora geral do campus, Sônia Pinto de Albuquerque Melo, o gerente de Ensino, Carlos Mariano, o pró-reitor de Pesquisa e Extensão, José Osman dos Santos, o pró-reitor de Gestão de Pessoas, Carlos Menezes, e as coordenadoras da feira, as professoras Lorena Campello e Maria Simone Morais.
Consciência Negra
A abertura oficial contou com a apresentação musical de canções e danças na língua Yorubá alusiva ao Novembro Negro, em parceria com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI). Integraram ainda as atividades relativas à consciência negra a exposição de artes e o espaço Vozes da Resistência destinado à literatura e à cultura afro-brasileira.
Marcaram esta edição a ampliação dos dias de mostra científica, a incorporação da pauta da Consciência Negra à programação, o engajamento do público no desfile “Ecofashion 2.0: moda em forma de sustentabilidade”, a importância da arte como canal de expressão e a consolidação da alta qualidade dos trabalhos apresentados - apesar da renovação de mais de 70% da equipe envolvida na organização após o concurso e o edital de remoção dos servidores.
O recém-criado curso técnico integrado Programação de Jogos Digitais estreou com tudo ao apresentar uma diversidade de trabalhos. As apresentações envolveram desde o desenvolvimento de protótipo do jogo digital Tower of Time à criação de brinquedos óticos com material reciclado a partir de dispositivos que originaram a animação gráfica reformulados com o uso de práticas sustentáveis.
Para os estudantes pioneiros no curso foi uma experiência gratificante e motivante participar da Feira de Integração Científica. “Estávamos muito sobrecarregados com a montagem dos foguetes, as aulas, as avaliações, os projetos e tudo mais, mas foi um estresse positivo que gerou um sentimento de realização, propósito e muita empolgação”, relatou Antônio Guilherme Assunção da Silva.
Destaques
Outros destaques foram a sala temática Uma viagem pela quântica, que introduziu o público no fascinante mundo da física a partir da relação com as frequências musicais, o prisma óptico e outros fenômenos do cotidiano. Também se destacaram os espaços voltados à agroecologia e educação ambiental; a perícia forense ao integrar a química e a biologia em experimentos lúdicos, e os projetos sobre o empreendedorismo de mulheres e trilhas fluviais nos povoados Farnaval e Maçadiço.
Para o líder comunitário do Maçadiço, Djalma José de Jesus, participar da FEICE foi uma excelente oportunidade para fortalecer o ecoturismo e gerar renda para a comunidade. “Agora estamos saindo da invisibilidade e apresentando nossa cultura, tradição, belezas naturais e diversidade ambiental. Temos até ruínas de um antigo trapiche, que recebia mercadorias na época da colonização”, destacou.
Tecnologia
Os trabalhos de engenharia, elétrica e robótica atraíram o olhar fascinado e curioso dos visitantes. Algumas das iniciativas mais atrativas de popularização da ciência foram a pesquisa avançada em robótica de manipuladores para desenvolvimento educacional e tecnológico; o sistema de monitoramento energético fotovoltaico; o desenvolvimento de Kits de robótica para escolas públicas; e os projetos de automação residencial de baixo custo com arduino.
Também atraíram o público as apresentações de truques matemáticos como ferramentas de introdução à disciplina para os estudantes do programa PARTIU IF; as tradicionais salas temáticas do Laboratório de História (LabHIST), que integraram arte, cultura, jogos, novas tecnologias e memória; e da técnica de fotografia artesanal cianotipia - usada de forma interdisciplinar em experiências educacionais.
Vencedores
O anúncio dos vencedores foi o ponto alto do encerramento. Na categoria Salas Temáticas o primeiro lugar ficou com o Espaço de Vivência Agroecológica (EVA), seguido ‘O lúdico em sala de aula: três anos de produção de jogos físicos para o ensino de História e proposituras interdisciplinares’; e ‘Cianotipia botânica no IFS - Campus Estância: uma experiência educativa, artística e estética’.
Na categoria Bancada ganharam ‘Futebol de Robôs: popularizando a ciência por meio da robótica e do esporte’; ‘Do Maker à pesquisa avançada: robótica de manipuladores para desenvolvimento educacional e tecnológico de Sergipe’; ‘Lior Sombrelio: o desenvolvimento de protótipo de jogo 2d em pixel art e trilha sonora original na iniciação científica’.
Por fim, na categoria Palco, venceram Ecofashion 2.0: moda em forma de sustentabilidade’ e 'O poeta é um fingidor? Poemas sentimentais que recusam a ficção’. Para dar conta do engajamento cada vez maior e da necessidade de expressão dos alunos nas atividades artísticas, na próxima edição será criada uma comissão de cultura e arte para organizar e fortalecer a crescente produção do campus. A relação completa dos ganhadores pode ser acessada do Suap.
A coordenadora da FEICE, Lorena Campello, ressaltou o protagonismo estudantil e o envolvimento da comunidade que fazem o diferencial a cada nova edição. “Tivemos um evento primoroso, realizado por uma equipe comprometida e estudantes atuantes, e entregamos à sociedade o resultado da produção acadêmica do Campus Estância que tanto tem contribuído para o desenvolvimento da Região Sul”, destacou.


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